Esta tendência para criar em torno de mim um outro mundo,

igual a este mas com outra gente, nunca me saiu da imaginação. Teve várias fases, entre as quais esta, sucedida já em maioridade. Ocorria-me um dito de espírito, absolutamente alheio, por um motivo ou outro, a quem eu sou, ou a quem suponho que sou. Dizia-o, imediatamente, espontaneamente, como sendo de certo amigo meu, cujo nome inventava, cuja história acrescentava, e cuja figura — cara, estatura, traje e gesto — imediatamente eu via diante de mim. E assim arranjei, e propaguei, vários amigos e conhecidos que nunca existiram, mas que ainda hoje, a perto de trinta anos de distância, oiço, sinto, vejo. Repito: oiço, sinto vejo...

Gatilho

 #inspiração #gatilho #aminhaescolha #projetoMAD

09 novembro 2022



Paralelamente à minha formação em Informática, tenho formação em Línguas, Literaturas e Culturas. 

E como não poderia deixar de ser, tenho uma apreciação de longa data pela literatura, particularmente a portuguesa do movimento Modernista - e claro - pelas obras de Fernando Pessoa.

Curiosamente, ao deixar-me absorver por vários projetos de Arte Generativa, encontrei vários, ligados a vários tipos de arte. E talvez pelo meu "percurso" me tenha chamado a atenção a expressão "Ciberpoesia". Assim no imediato, questionei (para os meus botões): "E se ele voltasse? e se ... conseguisse produzir um projeto de arte generativa que captasse as suas múltiplas personalidades, em que, utilizando poemas já existentes, fossem gerados ciberpoemas, através das palavras já deixadas pelo próprio Pessoa? E se... será que voltaria "a viver" eternamente, nos seus infinitos?"






Generate 10 000 NFT Poems (Generative art tips and tricks)





Generative Art





Generative Poem - 5 Minute Excerpt



#inspiração #aminhaescolha #projetoMAD

04 dezembro 2022


Esquissos


... Pontos a explorar ...


Poesia Dadaista


Dadaist poems were specifically designed to be chaotic and absurd, often generated by primitive chance operations instead of by carefully choosing words.Dadaist poems were specifically designed to be chaotic and absurd, often generated by primitive chance operations instead of by carefully choosing words.






Manifesto Futurista de Marinetti


Escrito por Filippo Tommaso Marinetti e publicado no jornal francês "Le Figaro", em Fevereiro de 1909, o Manifesto Futurista inaugurou um dos mais importantes movimentos artísticos do século XX. Tendo por base os desenvolvimentos tecnológicos de finais do século XIX, a pintura futurista apostava muitas vezes na sobreposição de imagens, imprimindo dinamismo à cena representada. As figuras ameçavam escapar do seu contorno, exaltava-se a velocidade e a força numa tentativa de representar o movimento e, com isso, inaugurava-se uma nova crença estética no seio das artes.




Movimento Modernista e expressões de Literatura Futurista em Portugal

Modern!smo



Poesia Experimental Portuguesa





Os Inícios da Poesia Computacional e a Poesia Concreta




Este artigo destaca a importância atribuída aos programas de computador e à computação gráfica nas primeiras experiências de Literatura Eletrónica. Com base nos textos analisados, a influência da teoria estética de Max Bense e da Poesia Concreta deve ser diminuída. As primeiras antologias da Poesia Concreta continham um número escasso de textos pertencentes a um subgénero que se poderia denominar “Poesia Concreta Computacional.” Quer Franke (1971), quer Bailey (1973) relataram uma presença maior de outros modelos textuais.


Concrete Poetry




In its simplest definition concrete poetry is the creation of verbal artefacts which exploit the possibilities, not only of sound, sense and rhythm—the traditional fields of poetry—but also of space, whether it be the flat, two-dimensional space of letters on the printed page, or the three-dimensional space of words in relief and sculptured ideograms.

Generative Poetry


Project description
A library primarily for procedurally generating visual poems



This software library contains various constraint-based procedures for stochastically generating concrete poetry (a.k.a. visual poetry) as a PDF or to the terminal. Most of these procedures are interactive and designed to be used and re-used once you learn to “play the game” by exploiting the rules of the procedure. All these procedures rely on common building blocks, after all. When you provide a list of input words, hidden algorithms find words related to those: phonetically or by way of meaning or context (more on this below). The words are then joined with various connectors depending on the procedure: random conjunctions and punctuation, related words (often creating stochastically generated puns and prosody as well as aberrations of syntax), mathematical symbols, uniform space, variable space.


Heteronimia de Fernando Pessoa




Embora seja universalmente reconhecida como a marca identitária de Fernando Pessoa, a heteronímia continua a provocar discussão e discordância entre especialistas. Para alguns, o fenómeno está no cerne não apenas da escrita mas até da psicologia deste autor que era muitos autores; para outros, é um mero jogo literário, dispensável para a apreciação da sua obra. No entanto, a multiplicidade do ser e a instabilidade do mundo são nele temas constantes.
Sobre a Heteronímia apresenta uma seleção de textos de Fernando Pessoa que abordam mais diretamente questões de pluralidade autoral e existencial. Um prefácio tece considerações sobre a evolução, natureza e importância da heteronímia. Há, ainda, uma lista descritiva de heterónimos e autores fictícios que, sem ser exaustiva, comprova amplamente que o projeto de vida de Pessoa enquanto autor era, como dizia, «um drama em gente em vez de em atos».

Futurismo em Álvaro de Campos


Esta fase foi bastante marcada pela influência de Walt Whitman e de Marinetti (Manifesto Futurista), nela, Álvaro de Campos celebra o triunfo da máquina, da energia mecânica e da civilização moderna. Sente-se nos poemas uma atracção quase erótica pelas máquinas, símbolo da vida moderna. Campo apresenta a beleza dos “maquinismos em fúria” e da força da máquina por oposição à beleza tradicionalmente concebida. Exalta o progresso técnico, essa “nova revelação metálica e dinâmica de Deus”. A “Ode Triunfal” ou a “Ode Marítima” são bem o exemplo desta intensidade e totalização das sensações. A par da paixão pela máquina, há a náusea, a neurastenia provocada pela poluição física e moral da vida moderna. O futurismo nesta fase é visível no elogio da civilização industrial e da técnica (“Ó rodas, ó engrenagens, r-r-r-r-r-r eterno!”, Ode Triunfal), na ruptura com o subjectivismo da lírica tradicional e na transgressão da moral estabelecida. Quanto ao Sensacionismo, este revela-se na vivência em excesso das sensações (“Sentir tudo de todas as maneiras” – afastamento de Caeiro), no sadomasoquismo (“Rasgar-me todo, abrir-me completamente, / tornar-me passento/ A todos os perfumes de óleos e calores e carvões…”, Ode Triunfal) e a expressão do poeta como cantor lúcido do mundo moderno.








Projeto MAD 

Conceitos Iniciais


* Renascimento do(s) poeta(s) 

* Poesia Pessoana na era digital

* Eternidade






* * *


"Penso às vezes, com um deleite triste, que se um dia, num futuro a que eu já não pertença, estas frases, que escrevo, durarem com louvor, eu terei enfim a gente que me «compreenda», os meus, a família verdadeira para nela nascer e ser amado. Mas, longe de eu nela ir nascer, eu terei já morrido há muito. Serei compreendido só em efígie, quando a afeição já não compense a quem morreu a só desafeição que houve, quando vivo.
Um dia talvez compreendam que cumpri, como nenhum outro, o meu dever-nato de intérprete de uma parte do nosso século; e, quando o compreendam, hão-de escrever que na minha época fui incompreendido, que infelizmente vivi entre desafeições e friezas, e que é pena que tal me acontecesse. E o que escrever isto será, na época em que o escrever, incompreendedor, como os que me cercam, do meu análogo daquele tempo futuro. Porque os homens só aprendem para uso dos seus bisavós, que já morreram. Só aos mortos sabemos ensinar as verdadeiras regras de viver".

Bernardo Soares, «Livro do Desassossego»




“(…) Como escrevo em nome desses três?... Caeiro por pura e inesperada inspiração, sem saber ou sequer calcular que iria escrever. Ricardo Reis, depois de uma deliberação abstracta, que subitamente se concretiza numa ode. Campos, quando sinto um súbito impulso para escrever e não sei o quê. (O meu semi-heterónimo Bernardo Soares, que aliás em muitas coisas se parece com Álvaro de Campos, aparece sempre que estou cansado ou sonolento, de sorte que tenha um pouco suspensas as qualidades de raciocínio e de inibição; aquela prosa é um constante devaneio. É um semi-heterónimo porque, não sendo a personalidade a minha, é, não diferente da minha, mas uma simples mutilação dela. Sou eu menos o raciocínio e a afectividade. (…)” Pessoa (1935). In Carta de Fernando Pessoa a Adolfo Casais Monteiro

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