Relatório: Intervenção
Etapas da
A/R/COGRAFIA: Intervenção
“Esta
é uma etapa objetivo num projeto a/r/cográfico, pois marca a exibição e a
comunicação públicas e formais do projeto.” (Veiga, 2020)
Nesta etapa são
definidos os planeamentos relacionados com a apresentação e exibição do
artefacto. Assim, para o projeto em desenvolvimento, existem características
específicas, relacionadas com o tipo de projeto que se apresenta – neste caso o
seu core está no programa desenvolvido, e não num artefacto que envolve um
grande desenvolvimento e implementação físicos.
Características
finais do Artefacto
Tratando-se de um
projeto cujo peso está no desenvolvimento e programação e não na construção de
um artefacto físico, as suas principais características representam-se pelo
programa desenvolvido, que pode ser disponibilizado num espaço virtual na
Internet.
O projeto possui
quatro etapas na narrativa, divididas páginas web:
1ª parte -
introdução/ambientação
2ª parte -
entrada imersiva com vídeo estimulando sentidos para transmitir ao utilizador a
sensação de ser parte integrante da ação
3ª parte -
interação e criação de textos generativos por temas
4ª parte - saída
imersiva com vídeo (que termina reiniciando o projeto na 1ª parte)
Características
finais da Exposição do Artefacto
O projeto poderá
ser acedido online, uma vez que se pretende a sua hospedagem através do
Gitshub, com recurso ao Gits Pages.
Planificação
de transporte e montagem
Pelas
características do projeto não são necessários grandes esforços de logística.
Contudo, no caso da exposição em espaços públicos, será necessário garantir a
disponibilização do material e equipamento necessários. Esses materiais e
equipamentos são simples de transportar e não exigem um grande esforço para a
sua disponibilização pois são de uso comum:
Mesa e cadeira;
Candeeiro (luz);
Computador,
monitor, rato e headphones (incluindo todos os cabos necessários);
Para a sua
utilização será necessário garantir a existência de pontos de eletricidade e de
internet;
Produção de
documentação para a exibição (folha de sala, imagens, diagramas, conceito para
o público).
Conceito:
“Pessoa Generativo. Como
sabemos como seria se nem ele sabe o que foi?” é um projeto de poesia generativa, com
utilização de textos originais de Fernando Pessoa. Utilizando um jogo de
palavras, partindo de um dos seus versos mais icónicos "Que sei eu do que
serei, eu que não sei o que sou?", este projeto pretende evocar o espírito
multifacetado do poeta, constantemente atormentado pelas inúmeras almas que
nele surgiam e pela impulsividade da escrita. Apela igualmente ao imprevisível,
à impossibilidade de prever o output da criação literária de forma generativa,
e, dessa forma, representa esta questão em aberto que remete para a nossa
imaginação: se Fernando Pessoa vivesse na atualidade, como seriam, hoje, as
suas criações literárias? Com este projeto pretende-se perpetuar o renascimento
do poeta (ou a sua continuidade artística) na era digital e oferecer a
possibilidade de contemplação da sua evolução na atualidade, como uma extensão
dos pressupostos deixados pela sua heteronímia, musicalidade e tonalidade dos
seus versos. O público poderá ter uma experiência de ser o poeta, ele-próprio,
colocando-se no seu lugar, sentindo-se na sua pessoa enquanto autor e criador de
textos generativos, “assinados” por um novo heterónimo – o autor de poesia generativa
– Tomás Xavier.
Objetivo de
intervenção/comunicação
Este projeto
procura proporcionar experiências visuais/sensoriais, apoiadas na
"surpresa", e novidade a cada poema gerado, podendo também causar
estranheza, na desconstrução de poemas representativos do poeta. Utilizando o
programa para geração automática de textos desordenados, por temas
selecionados, criados com recurso a um dicionário lexical composto de textos
originais de Fernando Pessoa, a semântica dos novos textos transportará as
palavras do poeta para novas criações textuais, incentivando o questionamento e
a imaginação do público quanto ao que poderia ser um Fernando Pessoa nos dias
de hoje. Apelando a sensações e emoções, experiências visuais e sonoras, a sua
fruição oferece uma experiência diferenciada no contacto com a poesia pessoana.
Também possibilita a criação de novas criações literárias, “assinadas” por um
novo heterónimo - Tomás Xavier, resultantes da compilação de textos gerados e
guardados pelo público, no decorrer da sua experiência.
Instruções de
utilização/usufruto da obra
A fruição de
Pessoa Generativo é experiência individual. Antes de iniciar a experiência de
criação de texto generativo, o público/leitor deverá conhecer um pouco sobre
Tomás Xavier. Este heterónimo possui uma história, uma personalidade própria,
pelo que, conhecer um pouco da sua pessoa poderá melhorar a experiência de
interação com artefacto. O programa possui diferentes páginas web, pelo que
será importante seguir a sua narrativa, não saltar etapas, usufruindo de toda a
componente visual e sonora e de uma experiência completa.
1º Assistir o
vídeo inicial, e “ouvir” a mente do poeta. Este momento representa a génese de
Tomás Xavier, materializada nas várias vozes que se fazem ouvir. Quando se
fizer silêncio pode seguir para a página seguinte.
2º Assistir o
vídeo imersivo, onde serão estimulados diversos sentidos em simultâneo. Este
vídeo transmite ao público/leitor a sensação de ser parte integrante da ação, e
no momento da criação escrita, é automaticamente encaminhado para a página
seguinte.
3º O público/leitor
pode usufruir da experiência de criar poemas generativos, por temas, utilizando
os botões disponíveis para o efeito. Cada um oferece diferentes experiências
visuais e auditivas. Pode optar por guardar textos gerados. Ao finalizar a
experiência, pode deve continuar para a página seguinte.
4º Assistir o
vídeo final que completa a experiência de imersão do segundo vídeo, onde se
despede de Tomás Xavier. Quando o vídeo termina, o programa reinicia, ficando
pronto para apreciação da próxima pessoa.
Diagrama técnico
da instalação
Diagrama
conceptual
Folha de sala
Desenvolvida no
módulo de CIAD, num projeto de curadoria colaborativo, a folha de sala é
conjunta com todos os projetos/artistas. Contém as informações de cada projeto,
uma imagem do projeto, título, sinopse, nome do artista, minibiografia e
fotografia do artista. Apresenta também uma breve informação da exposição
Rizoma. Inicialmente foi feito um esboço, mas as dimensões limitavam a sua
impressão, pelo que foi definido um novo formato:
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Esboço inicial de folha de sala
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Folha de sala frente (versão para impressão) |
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Folha de sala, verso (versão para impressão) |
A instalação do projeto será efetuada na sala 4, na exposição RIZOMA, a ocorrer no Retiro Doutoral:
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Percurso pelo espaço da exposição RIZOMA. Fonte: UAlg/UAb |
A instalação do
projeto na sala não requer muitos esforços ou especificidades. Recomenda-se que
a sala possua luminosidade muito baixa, e essa característica está igualmente
de acordo com os outros dois projetos que serão exibidos nessa sala, sendo essa
organização estudada e definida no projeto de curadoria desenvolvido em
conjunto com todos os artistas. Os requisitos necessários são a existência de
ponto de eletricidade, mesa, cadeira e internet.
Relativamente às imagens para divulgação, foram extraídas algumas do programa propriamente dito, e ainda obtidas fotografias de uma sugestão de instalação, que se apresentam de seguida. Foi também criado um vídeo de apresentação do artista e do projeto, e o mesmo pode ser visualizado aqui:
Imagens:
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Inicio do progama sem ação do utilizador |
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Vídeo onde se
"apresenta" Tomás Xavier |
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Principal ecrã de interação para criação de textos generativos |
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Exemplo de instalação |
Referências:
Veiga, P. A. (2020). O Museu
de Tudo em Qualquer Parte: arte e cultura digital - interferir e curar. Coleção
Humanitas, Centro de Investigação em Artes e Comunicação. Grácio Editor. https://repositorioaberto.uab.pt/handle/10400.2/11265